“Saulo, Saulo, por que me persegues?”. Essa expressão saiu de dentro de um resplendor de luz, ferindo os ouvidos de Saulo de Tarso, varão valoroso, homem de Deus, criado aos pés do extraordinário rabino judeu Gamaliel, e preparado para defender a fé judaica até as últimas conseqüências. Saulo, hebreu de hebreus, judeu da gema, sem miscigenação, sem mistura racial, vivia para enaltecer o judaísmo, religião, na acepção usual do termo, cujo os valores havia sido dados pelo próprio Deus de Israel. Saulo não estava agarrado a qualquer mito semita, egípcio ou romano. Não servia a nenhuma divindade pagãs das diversas culturas de então, com suas imagens e ícones. Saulo servia a Deus. O Todo Poderoso. E abominava tudo quanto não fazia parte da fé judaica. Naquele momento, no momento em que, prostrado, vencido pelo esplendor da luz, ouviu a exclamação, dirigia-se a Damasco (capital da Síria) com ordens expressas do sumo sacerdote para trazer preso a Jerusalém quem quer que fosse encontrado professando o nome do Senhor Jesus.

O texto narrativo do livro dos Atos afirma que, em seu zelo pelas coisas de Deus, pela fé judaica, Saulo de Tarso respirava ameaças de morte contra os remidos pelo sangue de Jesus (At. 9:1,2). Mas quanta ironia! E Saulo por acaso procurava estar a serviço de Baal? De Dagon? De Afrodite? De Diana dos Efésios? Ou de qualquer outro nome? Sua intenção era servir o Deus vivo, Todo Poderoso, Deus dos patriarcas e profetas judeus. O que poderia ser mais precioso, mais valoroso e mais correto que isso. Servir a Deus, o Grande Eu Sou, teria que ser o que alguém de mais importante faria na vida. Teria, se fosse, e seria se, ao invés de servir a Deus, Saulo não estivesse fazendo o caminho inverso. A intenção ele tinha. Ninguém serve a Deus agindo da forma como resolvera agir. Agindo assim, alguém estará servindo a si mesmo, aos seus propósitos, tentando ganhar cartaz porém, sem submeter à vontade do Senhor. Assim não dá! Assim não serve!

Saulo não era um homem comum. Pertencendo a uma família com recursos financeiros (estudar em Jerusalém saindo de Tarso, cidade da Silícia, na Ásia Menor, não era para qualquer um, exigia despesas não muito pequenas) Saulo conseguiu amilharar conhecimentos proféticos que estiveram fora do alcance da maioria. E por que causa não reconheceu, o fariseu, ser Jesus o Messias de Israel? Não houvera falado Miquéias sobre Belém Efrata como aquela da qual saíra o Senhor (Mq 5:2)? Não falara Isaías sobre o que aconteceria com o Filho de Deus enquanto executando o plano para a salvação de pecadores (Is. 53)? O que acontecia com Saulo de Tarso finalmente? Saulo sofria de fanatinite aguda. Aprendera tanto sobre o judaísmo que a névoa do fanatismo subira ao seu coração, ao seu entendimento. E seu zelo por Deus perdera e perdeu o verdadeiro sentido.

Tempos depois de convertido, disse ele, Paulo, aos judeus em Jerusalém: “Eu sou judeu, nascido em Tarso da Cilícia, mas criado nesta cidade, instruído aos pés de Gamaliel, conforme a precisão da lei de nossos pais, sendo zeloso para com Deus, assim como o sois” todos vós no dia de hoje. (At. 22:3). Zelador de Deus sem fazer a vontade Dele. Sem atentar para o que os oráculos do Velho Testamento diziam sobre o Senhor Jesus, Saulo continuava sua vida de fanatismo religioso, imaginando estar servindo a Deus, e tendo mesmo a intenção de fazê-lo. “Saulo, Saulo, por que me persegues?”. “Quem eis Senhor?”. Sabia tanto da Lei, e dos profetas, e dos Salmos, mas não sabia o essencial. Que aquela voz tinha que ser de alguém com suprema autoridade Saulo reconheceu na hora. Ninguém poderia projetar uma luz com aquela intensidade se não fosse alguém com suprema autoridade, com grandioso poder. O senhorio, a autoridade, o poder Saulo reconheceu: “Senhor!”. Mas a pessoa não: “Quem eis?”. “Quem eis Senhor?”.

Vários anos já haviam transcorrido desde que acontecera a morte do Filho de Deus, o Cordeiro Eterno. Entretanto Saulo, de olhos vendados pelo fanatismo judaico, não fora capaz de ver o obvio. Ou seja, que Jesus era o Cristo, era o Messias. Gente boa Saulo de Tarso. Levava a sério as coisas Sagradas. Quisera aprender, e aprendera tudo sobre o Velho Testamento. Além do que, tomara conhecimento da filosofia dos grandes mestres gregos. Era versado na literatura corrente do Império Romano. E falava várias línguas. Tudo isso ele pregava com o propósito de exaltar o nome de Deus, do Deus de Israel, a quem tributava reverência, louvor e adoração. Estaria tudo bem se Deus se satisfizesse com as intenções dos homens, quando essas intenções fossem sinceras e feitas com amor. Mas intenção não resolve o problema eterno de ninguém. A intenção de pagar uma dívida não a torna liquidada. Um débito não pode ser quitado com boas intenções, com lágrimas, com pensamento positivo e nem com oração e jejum. Para quitar um débito contraído, alguém tem que dispor da importância correspondente àquele débito. Ao credor, não interessa se o devedor atravessa momentos difíceis e vive uma crise. O débito existe, e para liquidá-lo só o pagamento no valor correspondente. Saulo tinha um débito com a justiça divina. Ele, como todos os observadores da Lei cerimonial, já que o aspecto moral da Lei não tinha como ser observado, ele, Saulo, sabia ter contraído tal débito exatamente pela transgressão sistemática de mandamentos da Lei moral. Como religioso, como zeloso defensor dos direitos de Deus no contexto judaico, ele se empenhava em obter algum crédito cumprindo rigorosamente tudo o que preceituava o cerimonial da Lei.


Tempos depois, já como apóstolo. Escreveu ele: “circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; quanto à lei fui fariseu; quanto ao zelo, persegui a igreja; quanto à justiça que há na lei, fui irrepreensível.” (Fp. 3:5,6). Saulo, contudo, enquanto fariseu, com todo o zelo, com todo o respeito, com todo o cuidado pelos preceitos judaicos, dados e mandados pelo próprio Deus, não havia entendido ainda que o caminho da Lei não seria definitivo, pois o caminho da Lei não levava e não leva a lugar nenhum, já que sempre esteve obstruído pela carne que não conseguia cumprir os preceitos morais, e continua sem conseguir porquanto ninguém vive sem pecar. A irrepreensibilidade de Saulo era e foi em relação à parte cerimonial da Lei, jamais quanto as exigências morais e civis. Mas, padecendo de fanatinite aguda pelos valores do judaísmo, o fariseu nada via além de suas obrigações religiosas. E para defender sua fé, para resguardar os valores de sua fé, levantou-se contra o Filho de Deus, o mesmo Deus a quem pretendia servir com fidelidade e prontidão. “Saulo, Saulo, por que me persegues?”. Como poderia alguém perseguir àquele que está assentado a destra do Todo Poderoso nos mais altos céus? Saulo perseguia a remidos, que gritavam aos quatro cantos terem sidos salvos pelo sangue do Senhor. E o Senhor tomou as dores para Si. Aqueles a quem Paulo perseguia haviam reconhecido sua inutilidade, sua nulidade, sua incapacidade moral diante do Altíssimo, de Sua Lei e de Sua Justiça. E tendo ouvido sobre o evangelho da graça, tendo ouvido sobre o dom gratuito da vida eterna, pela fé confiança no sangue de Jesus, haviam-No invocado com Salvador e para Salvador abrindo mão de quantos valores religiosos possuíam, inclusive do judaísmo.


Voltando-se contra os remidos Saulo, sem que o soubesse, voltara-se contra os filhos de Deus, contra o Cordeiro Eterno, contra Aquele diante de quem todo o joelho se dobrará e de quem toda a língua há de confessar com Senhor. Saulo, apesar de todo o drama, teve atenuantes. Ele o fez vivendo na ignorância. Sua pergunta atesta-o: Quem és Senhor? E, além disso, não possuía o Santo Espírito. Tão logo teve conhecimento de quem se tratava, Saulo rendeu-se incondicionalmente à obra e ao nome do Senhor Jesus, transformando-se no maior propagador da mensagem da graça. E recebendo do Santo Espírito as mais sublimes e profundas revelações de quantas o gênero humano foi objeto.


Mas, será que o Senhor Jesus não dirigiria hoje a mesma pergunta que fez a Saulo no caminho de Damasco a muitos que dizem pregar o evangelho misturando-o, no entanto, com regras, preceitos, dogmas, usos e costumes? Com toda certeza Ele o faria. Aliás, as referências do Senhor sobre Laudicéia, o período atual da Igreja, são as piores possíveis. Ele não está nada satisfeito com o que andam dizendo Dele. Falar Nele até que falam. Mas dificilmente chegam a dizer o que o Santo Espírito revelou sobre o poder e sobre a eficácia do Seu precioso sangue.


Existe na realidade uma sistemática perseguição ao valor do Sangue de Jesus. A maioria dos que tinham tudo para proclamarem as virtudes daquele que os remiu, os que de fato O invocaram, vive, essa maioria, pregando um salvador vencido ou que é vencido a cada palmo por cada pecado cometido por quem o invocou. E essa maioria não terá como justificar suas atitudes. Atenuantes, nenhuma. Saulo de Tarso deveria, pelos vastos conhecimentos verotestamentários, ter compreendido que o jovem Galileu, crucificado em Jerusalém, era o Messias, era o Ungido de Deus. Depõe, contudo, a seu favor não serem as informações do Velho Testamento compreensíveis tão facilmente. Embora o fossem para alguém como ele. Entretanto, depois de dadas todas as revelações que cintilam quais jóias preciosas, principalmente nas epístolas paulinas, revelações que enfatizam, que reforçam, que ratificam e que sustentam o imensurável poder do sangue do Senhor Jesus, é incompreensível, totalmente, que remidos, tendo já recebido o Santo Espírito com selo, penhor e batismo, baseiem, fundamentem, estribem seus discursos em textos de antes da cruz, dos ensinos do Senhor para os judeus, das parábolas e do Velho Testamento.


Não existe quem consiga contar quantas vezes Abraão já subiu monte em Moriá para sacrificar Isaac. Nem quantas vezes José, filho de Jacó, já foi jogado na cova por seus irmãos. Naamã, então, já mergulhou nas águas do Jordão muitas centenas de vezes. Isso sem falar de Zaquel e de Bartimeu. Um descendo daquela figueira uma vez atrás da outra e o outro, jogando a capa que teima em voltar para novamente ser jogada. É só o que se ouve ou quase só. O Senhor diz de Laudicéia o que não disse de Igreja nenhuma dos períodos anteriores: que ela é cega (Ap. 3:17). Laudicéia, ainda que assistida pelo Santo Espírito, ainda que possuindo todas as revelações do evangelho da graça, dos escritos de depois da cruz, insiste em não ver as maravilhas quais nenhum gênio humano poderia imaginar pudessem vir a existir. Maravilhas tornadas possíveis só pela morte do Salvador. Qual o tema bíblico que pode, se quer, ser comparados aos grandiosos temas da Graça de Deus? Graça absolutamente inquestionável em seus efeitos, mas não encontrada em ocasião alguma antes da cruz.


Por que investir tempo em Naamã quando se tem a justificação pela fé no sangue de Jesus para ser pregada? Por que falar em José do Egito quando a reconciliação entre o pecador e o Criador já se fez possível pelo perdão total e definitivo para os remidos? Por que contar e recontar as histórias de Zaqueu e de Bartimeu e de outras personagens ao invés de expor os favores da Graça como a imputação, e o perdão, e a regeneração, e a propiciarão, e a expiação em termos eternos, das quais quase não se fala? Ninguém chega ao conhecimento da estrutura do arcabouço do plano salvador ouvindo essas histórias. Verídicas, sim. Interessantes, também. Entretanto, hoje, bem distante daquilo que só o Evangelho da Graça pôde revelar.


Conhecendo os patriarcas e os profetas, foi sabendo tudo e sobre todos do Velho Testamento, que Saulo perseguiu a Igreja, perseguindo os remidos pelo sangue do Senhor. Saulo não servia a nenhum deus pagão. Saulo não confiava em qualquer dos vultos do Olimpo. Conhecia a Mitologia greco-romana com certeza. Zeus, Mercúrio, Júpiter, Minerva e todos os outros seres mitológicos faziam parte de sua cultura. Porém, era dos patriarcas e dos profetas que ele se ocupava. Mas, esteve errado mesmo assim no episódio em pauta. O Filho de Deus já fora crucificado e sacrificado. O Messias de Israel, o Ungido de Deus, já executara a obra salvadora. Agora era necessário dizer, como disse muito tempo depois, o maior poeta da língua portuguesa: “Cesse tudo o que a antiga musa canta, que outro valor mais alto se alevanta”. Diante do sangue de Jesus nada faz mais sentido nem mesmo patriarcas e profetas. O Altíssimo fez saber a todos quando na transfiguração (Mt. 17:1-8), depois de terem desaparecido Elias e Moisés, quer dizer, os profetas e a Lei, e tendo ficado somente Jesus, o Autor e Consumador da fé salvadora (Hb. 12:2), disse: “Este é o meu amado Filho em quem Me comprazo. Escutai-O”. Moisés, fora. Elias, fora. Fora Abraão, Davi, Isaias, Daniel. Todos, fora. Pessoas ilustres. Homens dos quais o mundo não era digno (Hb 11:38). Mas, todavia, porém, homens pecadores. Homens de natureza pecaminosa. Homens que jamais conseguiram alcançar o que pretendiam e o que pretenderam. Homens que nada puderam fazer em favor de pecadores pois que, também o eram.


Não anunciar com toda intrepidez possível os recursos fantásticos do sangue de Jesus, recursos usados pelo Altíssimo para conceder perdão, justificação, imputação, reconciliação, regeneração, adoção, expiação e tudo o mais, é sem tirar nem pôr, perseguir ao Senhor de forma mais incoerente, danosa ainda, que Saulo de Tarso. É pregando sobre José do Egito e Naamã que se ensina por aí ser a salvação gratuita uma mensagem diabólica. “Uma vez salvo, salvo para sempre”, “dom gratuito de Deus”, “vida eterna”, verdade dessa estirpe não poderiam ser encontradas nos idos do Velho Testamento por mais tocantes que pudessem ser as histórias lá contidas, e muitas o são de fato. Mas graça, graça salvadora só depois da cruz. Só já tendo sido derramado o sangue do Salvador. Dizer, como há quem diga, que o sangue de Jesus não é suficiente para a salvação, havendo necessidade de mais alguma coisa, seja lá o que for que essa coisa seja, é arremessar-se qual desvairado contra ninguém menos que o Verbo Eterno feito homem. O homem perfeito, feito salvador, feito o Cordeiro de Deus.


Laudicéia tem agido assim. E tem causado ânsias de vômito no Senhor, levando-O a dizer: “Estou a ponto de vomitar-te da minha boca” (Ap 3:16). “Por que me persegues?” Qual a razão? Razão plausível. Razão que tenha substância. Razão que justifique a ação. Por que me persegues? Por quê? Não estais na Graça? Não saístes das trevas para a luz? Não recebestes a iluminação do Santo Espírito? Não O tendes como selo, penhor e batismo? Por que então me persegues? Já no Tribunal de Cristo, muitos remidos dariam o que não possuíram para poder voltar e consertar tudo o que disseram mal do Senhor Jesus. Todavia já será tarde demais.


Existem remidos que se inflamam hoje e agora contra a idolatria, contra os pecados da carne e contra os religiosos de outros seguimentos: como espíritas que não admitem o Senhor Jesus nem como Senhor nem como Salvador, no que estão (esses remidos) absolutos corretos, contudo esses, que assim se inflamam, investem contra o poder e contra a eficácia do sangue do Salvador de forma injuriosa, ultrajante, revoltante e totalmente irresponsável, perseguindo de forma tenaz a mensagem lúcida, bendita e única do evangelho da Graça: salvo uma vês, salvo para sempre. Obviamente, nenhum deles admitirá estar agindo de tal forma. Saulo também não admitia, ou não admitiu. Mesmo quando lhe pregaram diferentemente de seus conceitos, judaicos ortodoxos, como no caso de Estevão, a quem consentiu que fosse morto (pois teve os vestidos de que jogaram pedras aos seus pés), como membro do Sinédrio (At 7:58,59), Saulo manteve-se irredutível. Saulo tinha absoluta certeza de estar correto em seu parecer e em suas atitudes. Mas não estava. Era um perseguidor de Jesus. De Sua mensagem, de Seu evangelho. A mesmíssima coisa anda acontecendo, e já faz tempo, com muitos que falam de Jesus, porém usando seus próprios critérios, seus próprios arrazoados, seus próprios argumentos. Agora, pergunte alguém a Deus se Ele permitiu a morte de Seu amado Filho, depois de ter o Senhor cumprido todas as exigências da Lei, para, fosse lá quem fosse, estabelecer normas e regras a fim de que pudesse acontecer a remissão eterna de quantos invocasse o seu maravilhoso Nome. Pergunte alguém a Deus o que exige a Sua justiça do pecador além da invocação do nome poderoso do Senhor Jesus para remissão total e eterna. Pergunte alguém a Deus quanto custará o ter se manobrado a bendita Palavra e tê-la feita dizer o que jamais passou pela Eterna e Soberana mente. Pergunte alguém a Deus.


Quanta perseguição o Senhor tem sofrido, por quantos que Ele remiu com Seu sacrifício e com Suas dores. E quase ninguém desses tantos se quer consegue ouvir a voz do Senhor em um quase lamento: Por que me persegues não dizendo o tempo todo confiar totalmente no poder e na eficácia do Meu sangue, que te propiciou o dom gratuito da vida eterna? Por que me persegues pregando essa mensagem fraca, falha e dependente onde aparece mais falsas virtudes humanas que o peso da Minha obra na cruz? Por que me persegues fazendo o mundo acreditar que tudo o que eu consegui foi produzir curas, prosperidade e promessas vagas e vãs de uma salvação que só chegaria depois da morte e assim mesmo para os fiéis, obedientes, justos e bons?


VOCÊ TEM ALGUMA RAZÃO CONSISTENTE PARA DIZER DE JESUS O QUE O NOVO TESTAMENTO DELE NÃO DIZ? SE NÃO TEM, ENTÃO, INVOQUE O NOME DO SENHOR COMO SEU SALVADOR E PARA SEU SALVADOR AGORA. DEMORAR NÃO FAZ SENTIDO. TEMPO VOCÊ PODE NÃO TER MAIS QUE ESSE AGORA. SÓ O AGORA É SEU. SÓ O AGORA É NOSSO. O DEPOIS, MUITAS VEZES, NUNCA CHEGA.


Aos remidos, graça e paz!


Pastor, o senhor não deveria ter ido à rádio às vésperas do ano 2000. Aquela era uma época turbulenta onde a aprendizagem acontece com facilidade. Todos esperavam que o mundo acabasse. Mas o senhor foi. Tudo bem. Só que não deveria ter dito o que disse. Ninguém pode brincar com as coisas sérias da vida. E dizer que o mundo iria acabar no ano 2000 era e sempre foi brincadeira. Coisa para quem anda sendo levado pelo vento. Mas ainda bem que lá no rádio o senhor não afirmou essa tolice. Fiquei aliviado. Aliviado porque eu espera tudo do senhor. E tudo que eu esperava, eu ouvi. Menos uma coisa. Nunca esperei que o senhor dissesse ao povão que o mundo, um dia, iria acabar. Não exatamente no ano 2000, é claro. Mas um dia, que não sabemos quando, o mundo iria ter fim. E no pior das contas, o senhor se baseou no texto sagrado. Claro, o senhor na qualidade de pastor não era de se esperar um arrazoado baseado nas teorias da termodinâmica e nem nas analogias com a lei da entropia. Se assim fosse, o senhor teria mais poder de me convencer e talvez corroborasse a fé de muitos religiosos. Mas o senhor se baseou no registro de Mt. 24:3.

Pastor, permita-me. Minha intenção não é ensinar ao senhor. Quem sou eu! Mas a força da lógica me obriga a dizer o que vou dizer: lá em Mt. 24:3 realmente fala-se em fim de mundo. Mas não se está falando do fim do planeta. Todos nós sabemos, pastor, e todo o povão sabe também, que Deus criou todas as coisas existentes de forma perfeita. E aquilo que é perfeito está pronto, está acabado. Não precisa de reparos na sua forma nem se pode destruir. A questão ali envolvida no diálogo do Senhor com os seus discípulos era e é de cunho escatológico. A conotação ali é do fim do governo do homem sobre a Terra. Quando o Senhor vier, as potências dos céus serão abaladas, e todo olho verá o Filho do homem vindo sobre as nuvens com poder e grande glória. A justiça eterna será implantada, os pecados terão fim, a visão e a profecia serão seladas, a transgressão não existirá mais e a iniqüidade será aniquilada (Dn. 9:24). Coisas que ainda não aconteceram.

O senhor deveria até ter brincado com as coisas sérias também. É na brincadeira que se encontra a eficácia da aprendizagem. Mas o senhor deveria saber, como homem grande, que todo capítulo 24 do evangelho de Mateus refere-se à última semana profética revelada através do profeta Daniel (Dn. 9:24) para o povo de Israel. O senhor sabe que tem muita gente que acredita que as setenta semanas dadas para o povo de Israel já foram cumpridas na sua totalidade. Mas isso é poeira. Coisa de gente que não cresceu. Pastor, o ano 200 passou e nada aconteceu. O que o povo dizia sobre esse ano era tudo fantasia. E as fantasias continuam sendo construídas pelo povo. Com toda sinceridade e humildade, um abraço e graça e paz da parte do Deus Eterno.


Assim está escrito no livro A DOUTRINA DA PREDESTINAÇÃO – LIVRE ARBÍTRIO (autoria de Severino Pedro da Silva): “... tu me tiraste do ventre... (Sl. 22:9). E Mateus 24:19, diz: Mas ai das grávidas e das que amamentam naqueles dias!. O leitor poderá então dizer: Mas este texto não se refere a isto; e sim, descreve acontecimentos por ocasião do retorno de Cristo à Terra com poder e grande glória. Respondemos que sim! Mas aqui invocamos o termo analogia para melhor compreensão do significado, pois quando invocamos a presente regra, seus resultados são: ponto de semelhança entre coisas diferentes; influência assimiladora de uma forma sobre a outra; aplicação de uma norma especial, diferente daquela para que foi editada, fundamenta-se no princípio de que, havendo identidade de razões, deve haver a mesma disposição. Portanto, por analogia, estes textos acima mencionados apresentam semelhança com aquilo que acontecerá no dia do arrebatamento.”

Respondo que não! Deus, o Deus dos céus, Criador, Arquiteto do Universo, é organizado! Sua Palavra, necessariamente, também o é! Com isto quero dizer que uma afirmação na Sua Palavra não pode se referir a dois eventos totalmente diferentes. “Ai das grávidas” (Mt. 24:19) ou se refere à tribulação do ano 70 d.C. ou se refere aos dias que precedem a volta de Cristo com poder e grande glória. A referência ao ano 70 d.C. está descartada! Ao mencionar as grávidas, logo em seguida, disse o Senhor: “Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tão pouco há de haver” Mt. 24:21. Quem conhece um pouco de história sabe que a tribulação que os judeus passaram na II Guerra Mundial foi superior à tribulação do ano 70. Todos devem saber que essa época, durante a segunda Grande Guerra, a Alemanha nazista perseguiu os filhos de Israel ao ponto de dizimar mais de seis milhões de judeus. Numa hipótese em sendo a tribulação, a que o Senhor se referia, a destruição de Jerusalém no ano 70, a mando do Império Romano comandada pelo general Tito, não poderia haver, na história do povo judeu, tribulação maior que esta.

A tribulação a que o Senhor se referia era e é exclusivamente a tribulação que se dará na última semana profética de Daniel capítulo 9. A recomendação para as grávidas diz respeito a este período. Período escatológico. Período que se refere às coisas do fim, Mt 24:3.


SILVA, Severino Pedro da, 1946: A Doutrina da Predestinação. Rio de Janeiro, CPAD, 1989.

Nota sobre o autor do livro mencionado: Severino Pedro da Silva é Ministro do Evangelho, bacharel em Filosofia e Teologia, autor de vários livros e Membro da Academia Evangélica de Letras.

Aos remidos, graça e paz!



“O corredor levava para dentro da casa onde só eram admitidas pessoas íntimas. Uma ampla sala de jantar, com oito janelas envidraçadas se abrindo para o poente e uma outra janela solitária, que se abria para o sul. As janelas eram protegidas pela sombra de uma velha trepadeira que, à noite, se transformava em passarela de gambás. (...)
E havia os quartos enormes, em fila. Era preciso atravessar o primeiro para ir ao segundo, e pelo primeiro e o segundo se se desejava ir ao terceiro. (...)

Era um fascínio andar por aqueles quartos, salas, corredores, escadas. Mas o que me fascinava era um quarto proibido, trancado o tempo todo, onde ninguém entrava. Em outros tempos, quando a casa estivera cheias de filhos e de empregadas, todos os quartos eram quartos normais, simplesmente. Mas aconteceu o que sempre acontece: os filhos se casaram, os tempos de vacas magras chegaram, foram-se as empregadas, morreram os pais, só ficaram três filhas solteironas. Sem uso, aquele quarto foi transformado em depósito de coisas velhas, onde não entrava vassouras nem espanador, porque não era preciso.

Era proibido entrar nele e a chave enorme ficava escondida. Eu compreendo a proibição. Para as tias, o quartão era o lugar das coisas feias, da poeira que se acumulava, das teias de aranha. Menino não devia brincar num lugar como aquele.
Era proibido entrar nele e a chave enorme ficava escondida...
Mas para mim era o quartão do mistério...”
O texto acima está entre aspas porque é de Rubem Alves. O título é O quarto do mistério. Foi publicado em seu site www.rubemalves.com.br. Meu fascínio por esse texto é que na Bíblia existe um quarto do mistério. Dentro dele existem coisas fantásticas, encantos, coisas grandes demais para mim. Muita gente proíbe de eu entrar nele. Dizem que nele existe segredos tão grandes que não competem a nós mortais descobrir. Ficam de fora achando coisas. Lançam-se numa dúvida tão grande que dizem até que lá dentro do quarto do mistério está cheio de letras e vivem dizendo que “a letra mata”. Se vocês me permitem, vou abrir a porta desse quarto: “E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas, por causa dos escolhidos, serão abreviados aqueles dias.” (Mat. 24:22). Quanta gente fica arrepiada diante dessas letras. Mas elas são inofensivas. Pelo contrário, me dão prazer. Tive coragem e entrei nesse quarto. E lá dentro, por traz das coisas esquecidas, estava o mistério que me encantou: Deus abreviará os dias de grande tribulação para o povo de Israel em cinco dias. Mas antes de chegar a “o que são os dias abreviados”, temos que acender a luz dos quarto, ter coragem de mexer no imexível e quebrar com o mito de que, por ser misterioso, é proibido saber.
“E, se aqueles dias não fossem abreviados...”. Eis um verdadeiro quarto onde a entrada é proibida. Mas, para mim, o que me atrai a ele é o mistério que me convida a desvendá-lo. Se eu tivesse existido antes de Copérnico, talvez nunca tivesse entrado nesse quarto. Seria impossível encontrar as chaves (lembre-se de que o clero romano medieval guardava as verdades bíblicas as sete chaves). Copérnico feriu a Terra ao colocar o Sol no centro do universo. Ele nos entregou a chave e agora podemos entrar no quarto do mistério. Logo ao entrar nesse quarto encontramos dias determinados. Vi que não tinha assombração.
O Deus Eterno não está encurtando duração dos dias porque Copérnico mostrou ao mundo, sem querer?, que o planeta Terra para dar uma volta ao redor do Sol dura 365 dias. São as leis estabelecidas por Deus. Nem mais nem menos. Dentro do quarto, lá pelo meio, tinha um armário grandão cheio de casa de aranha por que estava trancado dentro do quarto. Mesmo se estivesse fora ninguém ousaria mexer nele porque ele causa espanto pelo seu tamanho. Muitos o chamam de “armário da escatologia”. Mas as coisas terríveis dentro do grande quarto se mostrou para mim como moldura das coisas encantadas. Avistei uma porta que tinha um nome: 42 meses. Abri a porta e encontrei três gavetas ordenadas: um tempo, tempos e metade de um tempo (Dn. 12:2). 42 meses? Sim, 1260 dias para o anticristo proferir grandes coisas e blasfêmia, Ap. 13:5. Três anos e meio. Para Copérnico? Não, para Daniel. Para Copérnico três anos e meio corresponde a 1277 dias e meio. É que Copérnico considerava o espaço cósmico; Daniel considerava a profecia. Um ano profético tem 360 dias. Mas já se viu que o Eterno não vai encurtar a duração de um dia que é de 24 horas. Tem que haver 7 anos de grande tribulação. Por que 7 anos? Teríamos que vasculhar o quarto inteiro para descobrir por que 7 anos de grande tribulação. Minha intenção é mostrar que não faz medo entrar no quarto do mistério.
A primeira metade de 7 anos durará 1260 dias. A segunda deveria durar 1295 dias para completar 7 anos segundo a contagem de Copérnico: 7 anos corresponde a 2555 dias. Só é multiplicar 7 por 365. Mas por que Daniel disse que a segunda metade de 7 anos duraria 1290 dias ao invés de 1295 (Dn. 12:11)? Ai que fascínio! Como é belo o quarto do mistério! Fascina a você? Então pode entrar! Eis aqui vos apresento o mistério: Deus abreviará os dias de grande tribulação para os filhos de Israel em 5 dias. Ao invés de 2555 dias serão 2550 dias, sendo a última metade de 1290 dias de grande tribulação. Quantos mitos lançados sobre esse quarto! Quantos medos! Quantas previsões! Mas a Bíblia é realista, não trabalha com fantasias. Haverá uma perseguição, haverá uma tribulação tão grande em Israel que se o Eterno não tivesse abreviado os dias em sua quantidade (5 dias abreviados) e jamais em sua duração (a duração de um dia de 24 horas para menos que isso) nenhuma carne, nenhum judeu escaparia da morte, das garras do anticristo. Existe uma máxima filosófica que diz: “Quem sabe matemática descobre os segredos dos deuses”. Só é multiplicar, dividir, somar e subtrair os dias determinados para Israel que o mistério é desvendado, que a verdade vem à tona e o nome do Eterno é glorificado!
A chave para abrir o quarto: 1260 dias + 1295 dias = 2555 dias que equivale a 7 anos. 7 anos corresponde a última semana profética para o povo de Israel. 1260 dias = 1ª metade da última semana profética. 1295 dias = 2ª metade da última semana profética para o povo de Israel. Totaliza 2555 dias: 7 anos. IMPORTANTE: Mas a 2ª metade da última semana profética não será de 1295 dias e sim 1290 dias! Neste caso, 2550 dias! Por que 5 dias a menos? São os dias abreviados a que Jesus se referiu! 5 dias a mais, nenhuma carne se salvaria.
Aos remidos, graça e paz!


Mateus 24:37-41: “E como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem. Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do homem. Então, estando dói no campo, será levado um, e deixado o outro; estando duas moendo no moinho, será levada uma e deixada a outra”.

Analogia é coisa fantástica. Sem as analogias não teríamos computador, celular, forno microondas, e toda parafernália que auxilia a amenizar as mazelas humanas. Talvez nem conhecêssemos a pólvora. É verdade! A analogia faz-nos dar um salto. Ela nos leva do conhecido ao desconhecido. Sim, é verdade: leva-nos ao mistério, oculto, às coisas grandes que ainda não sabemos. Por exemplo: você já viu uma pêra? Não? Ela é como uma maçã. Acabei de fazer uma analogia. Toda analogia concorda nas suas semelhanças. Jamais nas suas diferenças. Se sei que a pêra é como uma maçã, não posso imaginá-la quadrada. Porque sei que a maçã é ligeiramente arredondada e assim deve ser a pêra. Toda analogia concorda nas suas convergências. Jamais nas suas divergências. Se a pêra é como a maçã, não posso imaginar uma pêra cheia de sementinhas como a goiaba. Percebe-se como são importantes as analogias para o entendimento. Sábio é quem as usa.
O Senhor Jesus, sabendo que muitos desconheciam a escatologia bíblica, e até hoje continuam desconhecendo, no que se refere a sua vinda em glória, também se utilizou das analogias. Ele pegou a parte conhecida: os dias anteriores ao dilúvio, e em seguida fez com que seus ouvintes, os judeus da época, dessem um salto para o desconhecido: sua vinda em glória (lembre-se de que nenhum gentil tinha conhecimento da Palavra de Deus Sl. 147:19 e 20). “Assim como nos dias anteriores ao dilúvio...”. “Assim será também a vinda do Filho do homem”. Não focalizaremos nossa atenção sobre a negligência do vigiar dos antediluvianos nem dos que se avizinharem da vinda do Senhor. Já que estamos diante de uma analogia, se havia necessidade de vigilância lá no dilúvio, certamente há necessidade de vigilância na vinda do Senhor. Isso dá para entender pela força da analogia. O nosso olhar será sobre o “ser levado” evidente nas duas situações.
Como sempre, a força da analogia é imperiosa. Não dá para fugir da regra. “... comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento. Até o dia em que Noé entrou na arca e não o perceberam, até que veio o dilúvio e os levou a todos”. Noé entrou na arca. O dilúvio veio e arrasou. O dilúvio levou a todos para destruição. As águas do dilúvio levaram a todos os ímpios e eles foram banidos da face da Terra. “Assim será também a vinda do Filho do homem. Dois estarão no campo: um será levado e deixado o outro”. Se a vinda do Filho do homem será como nos dias anteriores ao dilúvio, por força da analogia, não posso imaginar que quem foi levado no dilúvio foi levado para a destruição e quem será levado no dia da vinda do Filho do homem será levado para a bênção. Assim como não posso imaginar que a pêra é quadrada já que ela é como a maçã. Dois estarão no campo: um será levado análogo com as nações ímpias diluvianas, que foram levadas pelas águas para destruição, o outro será deixado análogo com Noé e sua família, que ficaram para povoar a Terra.
Os que tentam enxergar o arrebatamento da Igreja na analogia feita pelo Senhor Jesus, tentam manipular a palavra do Senhor na fabricação de suas próprias doutrinas. Se o Senhor estivesse a discorrer sobre o arrebatamento, todo o encadeamento de uma analogia seria quebrado e não teríamos entendimento nenhum. E como já dissemos, a analogia é uma ferramenta eficaz na compreensão dos objetos. Insisto, se o Senhor estivesse tratando do arrebatamento da Igreja, já não seria mistério para a Igreja, e a afirmação do apóstolo Paulo aos Corinto soaria fraca: “Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos” I Co. 15. Mistério não é aquilo que está por traz, escondido, que ninguém sabe ou conhece? Se o Senhor estivesse falando do arrebatamento, o mistério a que o apóstolo Paulo se referia já não seria tão mistério o quanto parece ser. Não podemos ir além da verdade. Não podemos fantasiar as coisas.
Acho que ficou mais ou menos clara a idéia de analogia. Vamos falar agora um pouco de contexto imediato. Não vamos definir o que é contexto por uma única razão: conheço pessoas que tentaram definir o que seria contexto e acabaram por escrever um livro inteiro. Mas fiquemos cientes de que o contexto imediato da analogia feita pelo Senhor começa na pergunta dos discípulos a respeito do fim do mundo: “... Dize-nos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?” Mt. 24:3. Claro que os discípulos não estavam querendo saber a respeito da destruição do planeta. Deus não pode destruir aquilo que Ele criou, e perfeito. Os discípulos, é claro, estavam querendo saber a respeito do fim do governo do homem sobre a Terra. Pergunta-se: dado o arrebatamento, o que terá fim? Para aqueles que ficam sem trabalhar no sábado, pensando estarem cumprindo a lei de Moisés, tanto faz. Arrebatamento e vinda do Senhor são uma e a mesma coisa. Citam a analogia feita pelo Senhor e se perdem, não sabendo distinguir as veredas do fim. E nem precisa ir muito longe: não conseguem vislumbrar a coerência da Palavra de Deus. E junto com estes, estão mergulhados nos mares do engano e do erro muitos do chamado cristianismo. No texto citado, Mateus 24:37 – 41, o Senhor não falou sobre o arrebatamento nem poderia está falando porque ainda era mistério para a Igreja, de acordo com ICo. 15:51,52. Infelizmente, muitos para defender seu grupo religioso e para manter suas ovelhas no “prumo”, optam pelo engano ao invés de amar e defender a verdade.


“O azeite nesta parábola (recomenda-se que o visitante leia atentamente a parábola das dez virgens Mt. 25:1-13) representa no crente a presença permanente do Espírito Santo”. Roda-pé explicativo da Bíblia de Estudo PENTECOSTAL do capítulo 25 e versículo 4 de Mateus.

Todo estudante da Bíblia sabe, ou pelo menos deveria saber, que o contexto imediato da “parábola das dez virgens” (Mt. 25:1-13) está na pergunta feita pelos discípulos ao Senhor Jesus a respeito das coisas do fim (Mt. 24:3). Vê-se por aí que aplicar a parábola das dez virgens para o crente, hoje, não é demonstração de inteligência, muito menos de iluminação. Ao aplicar a parábola das dez virgens ao Reino dos Céus, o Senhor restringiu toda a parábola para os filhos de Israel. Falava Ele, o Senhor, da necessidade de vigilância que os filhos de Israel deveriam ter para recepcionar o Senhor do Reino, reino este prometido profeticamente no livro do profeta Isaias capítulo 11. Disse o Senhor no término da parábola: “Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora em que o Filho do Homem há de vir” (Mt. 25:13).
A Igreja do Senhor não espera a vinda do Filho do Homem. Isto faz os que não conseguem distinguir que a Palavra de Deus se divide em dois tomos: Velho Testamento e Novo Testamento; e os que não conseguem separar doutrinas escatológicas das doutrinas soteriológicas. A Igreja do Senhor aguarda ansiosamente pelo arrebatamento, que se dará ao toque da última trombeta para os Filhos de Israel (lembre-se de que nunca foi tocada trombeta nenhuma para a Igreja, por isso não há necessidade de uma última já que não houve uma primeira trombeta, a não ser para Israel). Ficando demonstrado que a parábola das dez virgens diz respeito exclusivamente aos filhos de Israel, quando se avizinharem da vinda do Filho do Homem, que virá com poder e grande glória e não do arrebatamento da Igreja, fato que se dará sete anos antes da volta do Senhor Jesus de acordo com ICo. 15:51 e 52, como podemos aplicar para o crente o azeite da parábola? Como podemos comparar o Espírito Santo com o azeite da parábola já que foi recomendado às virgens loucas que comprassem o azeite? Não se mercadeja com o Santo Espírito! Nada disso! Ao mencionar a parábola, Jesus admoestava aos Filhos de Israel a se manterem vigilantes durante a perseguição por parte do anticristo no final da última semana profética revelada através do profeta Daniel (Dn. 9:22-27), pois “... numa hora em que não penseis, virá o Filho do homem.” (Mt. 24:44).
Quem se utiliza da “parábola das dez virgens” para manobrar o seu grupo religioso, para alertar pessoas quanto à vigilância no sentido de mantê-las “fiéis” à denominação a qual fazem parte, vai dar com os burros n’água. Se for remido, pagará caro no Tribunal de Cristo. Porém, se for um não remido, cabeças vão rolar diante do Trono Branco. Quanto ao roda-pé explicativo da Bíblia de Estudo PENTECOSTAL do capítulo 25 e versículo 4 de Mateus, errou o comentarista e erra todos quantos dizem amém ao que ele afirmou.
Aos remidos, graça e paz!



Muitas afirmações que ventilam no mundo chamado cristão, muitas vezes, se tornam cômicas. Se não fosse o grau de fanatismo ou o grau de perversidade nestas afirmações poderíamos até dizer que o cristianismo é feito de brincadeiras justamente naquilo que deveria ser construído com seriedade. E uma dessas afirmações cômicas, que muitas vezes se transformam em tragédias, está na tradicional crença de que o apóstolo Paulo tenha se convertido a caminho de Damasco. Judeu da gema, zeloso de Deus, ao ponto de o fanatismo judaico cegar-lhes os olhos, tanto que não recebeu o Senhor Jesus como o Messias de Deus, pediu cartas para as sinagogas de Damasco a fim de levar à prisão todos quantos declaravam Jesus como Senhor e Cristo (At. 9:2). E foi a caminho da capital da Síria que Saulo caiu por terra sob o brilho de uma luz e uma voz que lhe dizia: “... Saulo, Saulo, por que me persegues?” (At. 9:4). Saulo, sábio que era, logo reconheceu que aquela voz só poderia ser de alguém que estava acima de todos os poderes constituídos, ao ponto de exclamar “Senhor!”. Só não reconhecia a procedência da voz: “quem és”. “Quem és tu, Senhor?” (At. 9:5). Essa foi a exclamação do apóstolo.




Ali, a caminho de Damasco, o apóstolo dos gentios sofreu uma experiência mística, uma experiência sobrenatural. Só que existe aí um detalhe extremamente importante: experiência mística, experiência sobrenatural não resolve e nunca resolveu problema de ninguém no que se refere à vida eterna. Tanto é que o Senhor deu a Saulo às coordenadas de tudo quanto ele deveria fazer: “...mas levanta-te e entra na cidade, e lá te será dito o que te cumpre fazer.” (At. 9:6). Foi ali, em Damasco, na casa de Judas, que o apóstolo Paulo tomou a decisão que o tornou remido pelo sangue do Cordeiro. Disse Ananias a Paulo: “Agora por que te demoras? Levanta-te, batiza-te e lava os teus pecados, invocando o seu nome.” (At. 22:16). Só uma única alternativa necessária e suficiente, para que Paulo de criatura passasse para a posição de filho de Deus: invocou o nome do Senhor, e isto na casa de Judas e não a caminho de Damasco.




Tornamos a dizer: experiência mística não resolveu o problema do apóstolo Paulo e nem resolve o de ninguém no que se refere à eternidade. Pode ser até que resolva nas questões financeiras, no relacionamento familiar, na reforma de condutas morais, tire alguém do vício e outras coisas da vida daqui. Mas, falando sério, quando se tratar das coisas do além, da eternidade a fora, só o sangue do Cordeiro, só a invocação do nome do Senhor Jesus, e em termos eternos.




Aos remidos, graça e paz!


Estava Daniel orando quando o Senhor enviou-lhe o anjo Gabriel para mostrar ao povo de Israel o que não mostrou a nenhuma outra nação, isto é, o que dali para frente estaria para acontecer aos filhos de Israel. Ali, foi revelado que setenta semanas estavam determinadas sobre o povo de Israel e sobre Jerusalém “para extinguir a transgressão, e dar fim aos pecados, e expiar a iniqüidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e ungir o Santo dos santos” (Dn. 9:24).

No livro O TERCEIRO MILÊNIO de Alejandro Bullón, página 33, está escrito a respeito da profecia das Setenta Semanas: “A profecia fala de uma semana a mais (sete dias proféticos = sete anos), que nos leva do ano 27 d.C. até o ano 34 d.C., quando o apóstolo Estêvão foi apedrejado pelo povo judeu e, com isso, o tempo de Israel estava acabado.”. Que desgraça! Para Alejandro a profecia de Daniel capítulo 9 já teve seu cumprimento na sua totalidade. Só mesmo para defender uma coisa fabricada por ele mesmo que ele chama de doutrina.

Para se ter certeza de que essa profecia ainda não foi cumprida na sua totalidade, só é fazer as seguintes indagações: desde quando a transgressão foi extinta e os pecados tiveram fim? Desde quando a justiça eterna foi implantada? Vê-se por aí que a profecia não teve seu total cumprimento. Tentar dizer o contrário é nadar contra a maré. Há quem acredite também que o príncipe, que há de vir, do versículo 26 de Daniel capítulo 9 seja o Senhor Jesus. Falando sério, dá para acreditar nisso? Como poderia ser Jesus o príncipe que haveria de vier se Ele, Jesus, seria tirado no término da 69ª semana? (Dn. 9:25). Como firmaria uma aliança com muitos de Israel no início da última semana se Ele seria tirado antes da última semana ter o seu início? Ademais, duas personagens são mencionadas no texto: o Messias (o Príncipe, Jesus) e o príncipe do povo que destruiu Jerusalém e o Templo de Salomão.

É coisa para desesperado insinuar que o povo de Israel destruiria sua própria cidade, Jerusalém. E que, além disso, destruiriam o Templo que, sem dúvida, é a edificação mais amada e respeitada por todo israelita. Sabem todos que Jerusalém foi destruída no ano 70 pelo povo romano sob o comando de Vespasiano e depois sob o comando do seu filho, o general Tito, tendo a destruição se consumado no dia 26 de setembro daquele ano, enquanto Jesus morreu no ano 34. E se foram os romanos o autor da destruição do Templo e de Jerusalém, então o príncipe que há de vir é o príncipe do povo romano e não o príncipe do povo de Israel.

Errar neste ponto é enveredar por caminhos tortuosos onde não há luz. E como tem pessoas distantes da luz! Inclusive Alejandro Bullón e seus seguidores.

Aos remidos, graça e paz!