Ora, somos informados pelas Sagradas Escrituras de que Deus só estará no governo deste mundo quando o Senhor “tiver entregado o reino a Deus, ao Pai, e quando houver aniquilado todo o império, e toda a potestade e força. Porque convém que reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés.” ICo. 15:24,25. E quando os reinos do mundo vierem a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, Ap. 11:15. Vê-se que, dizer que Deus governa este mundo, está tão longe quanto a constelação de Escorpião está da Terra, infinitamente mais. E mais, afirmar tal coisa, é tentar manchar o caráter de Deus, sem querer admitir, mas dizendo e afirmando que Deus permite toda sorte de miséria e corrupção já que Ele pode acabar com tudo isso e nada faz. Os que tais coisas andam pregando por aí terão que fitar os olhos severos do Senhor. E que justificativas vão dar para provarem suas doutrinas fabricadas em laboratórios religiosos? Misericórdia!

Se o criador do Universo estivesse no comando, este mundo estaria Nele, em Deus. Mas somos informados o contrário: “Sabemos que somos de Deus, e que todo o mundo está no maligno.” IJo. 5:19. E o apóstolo Paulo chegou a dizer: “Em que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência.” Ef.2:2. Se o apóstolo chamou o inimigo de "príncipe da potestade do ar" (e sabemos que príncipe é o primeiro) e ele o fez inspirado pelo Santo Espírito, por quem estaria sendo inspirados esses que afirmam estar Deus no comando do mundo agora, no presente?

Deus estará no controle do mundo sim, mas não agora. Todavia, este tempo está mais próximo do que muitos imaginam. Por enquanto, a corrupção campeia solta; a mentira prevalece; a prostituição está escancarada; a miséria assola e o inimigo está as gargalhadas com tanta desgraça. Mas, só por enquanto! O dia está chegando! E quem andou mercadejando com a Palavra de Deus, quem andou sofismando as Sagradas Escrituras para obter vantagem em seu grupo religioso, não ficará barato. O Senhor o cobrará! Se remido for, a palha e o feno serão queimados e estes tais remidos passarão por sérios vexames diante do Senhor. Se remidos não forem, amargarão diante da justiça do Eterno!

Aos remidos, graça e paz!


A Deus, basta querer para fazer; age com absoluta independência, sem matéria pré-existente; pode tudo, desde que essa soberania absoluta não implique em contradição, por ser Deus infinitamente perfeito. Por exemplo: Deus não pode tirar de debaixo da ponte a criança que padece frio e fome, embora queira fazê-lo. Não pode porque não governa com absoluta soberania este mundo. Porque os reinos deste mundo ainda não vieram a ser de nosso Senhor e do Seu Cristo, Ap. 11:15, isto ainda é futuro. Se Deus pudesse evitar a morte de inocentes provocada por enchentes, terremotos, catástrofes e não o fizesse, o Universo inteiro estaria diante de um Deus que, do topo do Universo, vê todas essas misérias e nada faz, somente para ostentar uma soberania. Coisa absurda, totalmente incompatível com a infinidade de Deus, já que Deus é infinitamente amor e bondade.

Como Deus poderia tirar a eternidade do homem se este foi criado com a eternidade em seu coração: “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou...” Gn. 1:27. Como poderia Deus tirar a liberdade do homem já que este foi criado livre: “E ordenou o SENHOR Deus ao homem, dizendo: de toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” Gn. 2:16,17. E dizer que o homem perdeu essa liberdade depois que foi expulso do jardim de delícias, só se tiver levado uma pancada forte na cabeça que tenha atingido a parte responsável pela lógica, pelo raciocínio. Como se pode ver, tem coisas que Deus não pode fazer. Isto não vem tirar-Lhe a soberania, como se de Deus pudesse retirar algo, o que seria um absurdo. Pelo contrário, isto demonstra que Deus não se contradiz, justamente por ser infinito, perfeito.

Existe também uma coisa que Deus não pode fazer e que todo mundo vive pedindo a Ele que o faça todos os dias: Deus não perdoa. Deus não perdoa porque Ele é Justo. E um justo não perdoa. Não existe justiça com perdão. Alguém que está sendo acusado de ter praticado um crime, se for considerado culpado, a justiça o condenará; se for considerado inocente, a justiça o inocentará. Dar a cada um aquilo que lhe pertence é a essência da justiça. Se o justo perdoasse o culpado, ele seria bondoso, misericordioso, totalmente amor, mas perderia sua qualidade de justo. O perdão é um ato de bondade, de misericórdia. A justiça não! Ela julga com retidão e dá àquilo que é de direito. Por isso, sendo Deus perfeitamente justo, não haveria de perdoar, já que um justo não perdoa.

Só que Deus, além de ser totalmente justo, é totalmente amor, bondade e totalmente sábio. Desta forma, arranjou uma forma de perdoar sem ferir Sua justiça: através da substituição. E assim, o perdão de Deus tem base jurídica. Na Lei, na eterna Lei, Deus perdoava o israelita quando este também perdoava: “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas”. Mat. 6:14,15. Esta era a base jurídica para o perdão de Deus acontecer: perdão por perdão. Qualquer um que ferisse o israelita na face, este teria que perdoar o tal agressor para obter perdão do Eterno, Mat. 5:39, embora este perdão não fosse por completo, perfeito.

Para acontecer o perdão definitivo, perfeito, perdão de uma vez para sempre, Deus teve que enviar Seu Filho e este ter padecido até à morte, e morte de cruz. Agora sim, o homem perfeito no lugar de homens imperfeitos, o Salvador no lugar de pecadores: “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós, porque está escrito: maldito todo aquele que for pendurado no madeiro”. Gl. 3:13. Daí que nada foi de graça. Teve um preço alto pago totalmente pelo Senhor Jesus. Percebe-se que a salvação não dependeu nem depende do homem neste aspecto. Dependeu exclusivamente do Senhor Jesus. Agora, Deus sendo justo pode perdoar de uma vez para sempre “pela redenção que há em Cristo Jesus, ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus.” Rm. 3 ;24-26.

Essa história de dizer que a salvação não depende do homem para demonstrar que a fé confiança na pessoa do Senhor Jesus também não depende do homem é falaciosa. A salvação não dependeu nem tampouco pode depender do homem, claro! Mas a fé confiança, aquela que, quando exercida na pessoa bendita do Senhor Jesus e em termos eternos, salva o homem eternamente, esta pertence ao homem. Como está escrito: “Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo”. Romanos 10:13.

Aos remidos, graça e paz!