A Deus, basta querer para fazer; age com absoluta independência, sem matéria pré-existente; pode tudo, desde que essa soberania absoluta não implique em contradição, por ser Deus infinitamente perfeito. Por exemplo: Deus não pode tirar de debaixo da ponte a criança que padece frio e fome, embora queira fazê-lo. Não pode porque não governa com absoluta soberania este mundo. Porque os reinos deste mundo ainda não vieram a ser de nosso Senhor e do Seu Cristo, Ap. 11:15, isto ainda é futuro. Se Deus pudesse evitar a morte de inocentes provocada por enchentes, terremotos, catástrofes e não o fizesse, o Universo inteiro estaria diante de um Deus que, do topo do Universo, vê todas essas misérias e nada faz, somente para ostentar uma soberania. Coisa absurda, totalmente incompatível com a infinidade de Deus, já que Deus é infinitamente amor e bondade.

Como Deus poderia tirar a eternidade do homem se este foi criado com a eternidade em seu coração: “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou...” Gn. 1:27. Como poderia Deus tirar a liberdade do homem já que este foi criado livre: “E ordenou o SENHOR Deus ao homem, dizendo: de toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” Gn. 2:16,17. E dizer que o homem perdeu essa liberdade depois que foi expulso do jardim de delícias, só se tiver levado uma pancada forte na cabeça que tenha atingido a parte responsável pela lógica, pelo raciocínio. Como se pode ver, tem coisas que Deus não pode fazer. Isto não vem tirar-Lhe a soberania, como se de Deus pudesse retirar algo, o que seria um absurdo. Pelo contrário, isto demonstra que Deus não se contradiz, justamente por ser infinito, perfeito.

Existe também uma coisa que Deus não pode fazer e que todo mundo vive pedindo a Ele que o faça todos os dias: Deus não perdoa. Deus não perdoa porque Ele é Justo. E um justo não perdoa. Não existe justiça com perdão. Alguém que está sendo acusado de ter praticado um crime, se for considerado culpado, a justiça o condenará; se for considerado inocente, a justiça o inocentará. Dar a cada um aquilo que lhe pertence é a essência da justiça. Se o justo perdoasse o culpado, ele seria bondoso, misericordioso, totalmente amor, mas perderia sua qualidade de justo. O perdão é um ato de bondade, de misericórdia. A justiça não! Ela julga com retidão e dá àquilo que é de direito. Por isso, sendo Deus perfeitamente justo, não haveria de perdoar, já que um justo não perdoa.

Só que Deus, além de ser totalmente justo, é totalmente amor, bondade e totalmente sábio. Desta forma, arranjou uma forma de perdoar sem ferir Sua justiça: através da substituição. E assim, o perdão de Deus tem base jurídica. Na Lei, na eterna Lei, Deus perdoava o israelita quando este também perdoava: “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas”. Mat. 6:14,15. Esta era a base jurídica para o perdão de Deus acontecer: perdão por perdão. Qualquer um que ferisse o israelita na face, este teria que perdoar o tal agressor para obter perdão do Eterno, Mat. 5:39, embora este perdão não fosse por completo, perfeito.

Para acontecer o perdão definitivo, perfeito, perdão de uma vez para sempre, Deus teve que enviar Seu Filho e este ter padecido até à morte, e morte de cruz. Agora sim, o homem perfeito no lugar de homens imperfeitos, o Salvador no lugar de pecadores: “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós, porque está escrito: maldito todo aquele que for pendurado no madeiro”. Gl. 3:13. Daí que nada foi de graça. Teve um preço alto pago totalmente pelo Senhor Jesus. Percebe-se que a salvação não dependeu nem depende do homem neste aspecto. Dependeu exclusivamente do Senhor Jesus. Agora, Deus sendo justo pode perdoar de uma vez para sempre “pela redenção que há em Cristo Jesus, ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus.” Rm. 3 ;24-26.

Essa história de dizer que a salvação não depende do homem para demonstrar que a fé confiança na pessoa do Senhor Jesus também não depende do homem é falaciosa. A salvação não dependeu nem tampouco pode depender do homem, claro! Mas a fé confiança, aquela que, quando exercida na pessoa bendita do Senhor Jesus e em termos eternos, salva o homem eternamente, esta pertence ao homem. Como está escrito: “Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo”. Romanos 10:13.

Aos remidos, graça e paz!

3 comentários:

A justiça se faz pelos caminhos da lei! Não há justiça com perdão. Com perdão, temos misericórdia, bondade, compaixão. A justiça se baseia na retidão, naquilo que é conforme o mandamento. Desta forma, a justiça condena o culpado ou inocenta o inocente. Deus, na sua perfeita sabedoria, justifica o ímpio por meio do Senhor Jesus!

Parei de ler o texto na segunda linha onde diz o seguinte absurdo: "Não pode porque não governa com absoluta soberania este mundo." Deus é soberano em tudo o tempo todo. Louvado seja Deus.

Anônimo, sempre é bom ter você por aqui. Vamos tirar da negativa a frase que você citou e colocar na afirmativa: "Pode porque governa com absoluta soberania este mundo." Observa que os fatos tornam esta frase absurda? Pense comigo: Se Deus governasse este mundo com absoluta soberania, o Universo inteiro não estaria diante de um deus sádico? Sendo assim, não seria absurdo dizer que Deus é totalmente amor? Ou Deus é o causador do mal? Se Deus governasse este mundo absolutamente, aqui não seria um paraíso? Não seria o céu? Como você, existem muitos nós pra você desatar! Afirmar o contrário da frase "Não pode porque não governa com absoluta soberania este mundo" é que é absurdo!

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