As parábolas foram dadas, e mencionadas pelo Senhor, aos judeus, que constituíam seu povo, o povo da promessa. E foram dadas apenas a eles, judeus.
É impossível encontrar um egípcio, um sírio, ou alguém de qualquer nacionalidade dos dias do Senhor, ouvindo suas parábolas.
Enviando os apóstolos, disse Ele: “Não ireis pelo caminho das gentes, nem entrareis em cidade de samaritanos; mas ide antes às ovelhas perdidas da casa d’Israel”, Mat. 10: 5 e 6.
Posteriormente afirmou o Senhor: “Eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel”, Mat. 15:24.
Os socorros prestados ao centurião, que era romano, e à mulher siro-fenícia, Mat. 8:5 a 10 e 15: 21 a 28, não servem como contra-argumento, pois tais socorros aconteceram apenas no aspecto físico-material. Nada ouviram eles das promessas que diziam respeito à descendência de Abraão.
As parábolas, todavia, dadas e aplicadas com exclusividade aos filhos de Israel, não continham uma mensagem clara. E o Senhor o disse com todas as letras.

Está escrito: “Acercando-se dEle os discípulos, disseram-lhe: Por que lhes falas por parábolas?
Ele, respondendo, disse-lhes: Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado; porque àquele que tem, se dará, e terá em abundância; mas aquele que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado.
Por isso lhes falo por parábolas; porque eles, vendo, não vêem; e ouvindo, não ouvem nem compreendem. E neles se cumpre a profecia de Isaías, que diz: Ouvindo, ouvireis, mas não compreendereis, e vendo, vereis, mas não percebereis.
Porque o coração deste povo (Israel) está endurecido, e ouviram de mau grado com seus ouvidos, e fecharam seus olhos, para que não vejam com os olhos, e ouçam com os ouvidos, e compreendam com o coração, e se convertam, e eu os cure.” Mat. 13: 10 a 15.
Como já fora predito através do profeta Isaías, os filhos de Israel não dariam crédito aos ensinos do Senhor, mesmo que Ele o fizesse de forma direta e clara. Assim, o Senhor lhes falava por parábolas. E por qual razão repetiria Jesus tal expediente com os gentios, na pregação do evangelho da graça?

Ora, se os gentios jamais haviam ouvido nada concernente aos negócios de Deus, a restrição encontrada no Salmo 147:1, 2, 19 e 20, prova suficientemente, então, que as parábolas aplicadas por Jesus em sua relação com os judeus, filhos de Israel, não caberiam de forma alguma, na pregação do evangelho da graça, que seria extensiva, como efetivamente o foi, a toda criatura, em todo o mundo.
Não é possível encontrar nenhuma parábola nos escritos de depois da cruz, quando teve início o Novo Testamento.
Ademais, pouco antes de ser preso, o Senhor, dirigindo-se aos apóstolos, afirmou: “Disse-vos isto por parábolas; chega, porém, a hora em que vos não falarei mais por parábolas, mas abertamente vos falarei acerca do Pai.
Disseram-lhe os seus discípulos: Eis que agora falas abertamente, e não dizes parábola alguma.” Mat. 16:25 e 29.
Como se vê, o próprio Jesus, no final de seu ministério, junto aos apóstolos e discípulos, já não usava o linguajar parabólico, falando-lhes de forma clara e aberta.
Agora, ponderemos: Se não existe nenhuma parábola nos escritos de depois da cruz; e se o próprio Jesus, no fim do ministério, já não falou através de parábolas, por que trazer as parábolas de antes da cruz para a graça?
Não está o evangelho da graça exposto de forma absolutamente descoberta e visível? Por que misturá-lo aos ensinos que só foram aplicados aos filhos de Israel, e por causa de sua incredulidade?

Não. As parábolas são incompatíveis com a graça. Elas não cabem naquilo que aconteceu na cruz.
Na cruz houve uma reviravolta nos conceitos e nos valores: Da lei para a graça; do evangelho do reino para o evangelho da graça; do reino dos céus para o reino de Deus.
Não perceber essas diferenças, custa, e tem custado, a falta de conhecimento e de domínio de muitas das maravilhas, que vieram à existência pelo sangue, e por causa do sangue do Senhor Jesus.
Fazer uso das parábolas de antes da cruz, mesmo ditas e mencionadas pelo Senhor Jesus, é qualquer coisa como tentar demonstrar levar a sério o que Ele ensinou sem, contudo, confiar no poder e na eficácia do seu sangue.
Isso não tem nada haver com dispensacionalismo! Isto sim, tem haver com a verdade da Palavra de Deus! Quem for remido e assim não considerar porque viveu agarrado em Scofield, Ellen White, Calvino ou seja lá quem for, vai pagar caro. A palha, o feno e a madeira se transformará em cinzas! Caso contrário, não sendo remido, cabeças rolarão diante do Trono Branco!

Pregar o evangelho é dizer aquilo que Deus diria se pregasse! E Deus não diria hoje, depois de o homem ou a mulher remidos, depois de justificados, depois perdoados, depois de selados com o Santo Espírito, que ele, o homem, teria que perdoar para ser perdoado; teria que andar pelo caminho apertado e entrar pela porta estreita da Lei. E afirma que “Cristo morreu pelos eleitos”, e aí eu tenho que fechar as aspas rápido, é de fazer rir com tanta comédia ou de fazer chorar com tanta desgraça! Toda essa briga de foice no escuro está chegando ao seu final! Graças a Deus!

Esta postagem é resultado de uma contra-argumentação do moderador do blog cincosolas. Veja tudo pelo twitter.

Aos remidos, graça e paz!

3 comentários:

Muito bom o texto, mais não acho muito correto generalizar tudo, Jesus disse que a quem pouco se perdoa, pouco amor demonstra, senão perdoarmos os outros, Deus ainda continuará a nos perdoar?

Paz Em Cristo

Prezado Pedro, prazer enorme ter você aqui no blog. Fica a vontade para comentar em outras matérias que, com certeza, você vai gostar. Quanto ao perdão tratado na matéria diz respeito ao perdão definitivo de Deus para a vida eterna. Este Deus não faz duas vezes. Com isto quero dizer que Deus perdoa o homem definitivamente. E não duas, três vezes. Devemos perdoar sim, mas isso não serve de base jurídica para que Deus perdoe. A base do perdão perfeito de Deus é o sacrifício perfeito do Seu filho, somente. Vê Efésios 4 e 32: "Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo." Deus em Cristo nos PERDOOU. Não há mais espaço ara o perdão definitivo para o perdão eterno, pois ele já aconteceu na vida do remido. Agora, temos essa recomendação: "MEUS filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo." I João 2:1. Graça e paz!

Valeu Cesar, de um tempo pra cá estou analisando alguns assuntos polêmicos da Bíblia, tipo livre-arbítrio e predestinação, entre outros, com certeza participarei e comentarei entre outros tópicos, gostei muito da sua defesa do livre-arbítrio em detrimento da predestinação, acho que é bem por aí.

No meu entender Jesus é claro quando disse que aquele que tem os seus mandamentos e os guarda esse é o que lhe ama, João 14:21

uma das provas de que Deus está na vida da pessoa, é o amor, a maneira que ela tem para perdoar os outros, se a pessoa se recusa a perdoar, será mesmo que o amor de Deus estará nele?

Não acho correto generalizar as mensagens de Jesus antes da cruz, para dizer que todas se referiam apenas a Israel, os 2 mandamentos da lei Jesus confirmou em um dos seus diálogos, não é algo que ficou restrito apenas ao Velho Testamento ou apenas para Israel, essa é a minha opinião

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